O que eu vou postar agora é uma história que fiz há algum tempo, ela é um pouco diferente de tudo que já escrevi e por isso eu gostei muito:
Ele andou vagarosamente pela ruela deserta observando tudo ao seu redor minuciosamente. Caminhando desse jeito, notou que agora chegava a um ponto em que as casas eram menores, mais pobres e ali crescia um tipo de erva daninha.
Ela o esperava, parada em frente a um portão, humilde como tudo que havia naquele lugar. Quando o viu lançou-lhe um olhar indiferente, quase de desprezo. Ele, no entanto, exclamou:
_ Luisa, meu amor!
A moça limitou-se a dizer secamente:
_ Precisamos conversar, mas não aqui.
_ Então para onde vamos?
Ela não respondeu, apenas apontou para uma estreita estrada de barro, quase imperceptível. Andaram por um tempo que pareceu uma eternidade então, abruptamente, ela parou:
_ André...
_ Diga logo de uma vez!
_ André...eu...eu estou noiva!
_ Como assim noiva?
_ O nome dele é Felipe e nós vamos nos casar na semana que vem.
_ O que aconteceu com todas as juras de amor que você me fez?
_ André...eu...me desculpe!
_ Desculpas? Desculpas? Você está me pedindo desculpas?
_ Sim...é...eu...
_ Não Luisa, sou eu que tenho que te pedir desculpas.
_Você? Mas você não fez nada!
_ Não vou pedir que me perdoe pelo que eu fiz e sim pelo que estou prestes a fazer.
_ E o que você vai fazer?
_ Acredite em mim. Você já vai descobrir – E dizendo isso virou-se e foi embora.
Uma semana se passou. Era o dia do casamento de Luisa. Faltavam apenas cinco horas para a cerimônia e ela estava em casa se arrumando. Seu futuro marido a esperava na sala (dizem que dá má sorte ver a noiva antes do casamento, mas eles não estavam preocupados com isso). Repentinamente a campainha toca:
_ Quem será a essa hora? – Pensou Luisa.
Eles abrem a porta e ela se surpreende. Parado do lado de fora está André:
_ Quem é você? – Perguntou Felipe, atordoado.
_ Um amigo de Luisa. Vim lhes dar o meu presente de casamento.
_ Ah! André... Não precisava! – Disse Luisa.
_ Eu insisto! – Falando isso, ele entrou rapidamente na casa, sacou uma faca e apunhalou os noivos de uma só vez.
Enquanto observava a morte dos dois, ele olhou para a face pálida de Luisa e murmurou:
_ Me perdoe.